quinta-feira, 30 de abril de 2015

- Soube da Bete? - Não. Faz tempo q não falo com ninguém do lado dela... - Parece q ela se envolveu com um negócio escuso, pessoal da pesada... - Mas o q? Como assim? Logo a Bete? - Apostas man, acredita? - k... a Bete... K...

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Regime das Águas

Ao que parece, o que antes acontecia em março, agora, acontece em abril! Não se trata de uma generalização do jornal das 8, mesmo porquê, ele já não é transmitido nesse horário... mas sim da tentativa de desvendar a Natureza: o cheiro de caminho bom, como diz a música, a Teoria das Argolas, a chuva que cai sempre em cenas românticas ou decisivas dos filmes, e a garoa antes do espetáculo, aquela que antecipa o resultado: sempre que ela se faz presente o que será visto posteriormente será bom!
Ou melhor, sempre que se toma a goroa antes do espetáculo, ele é agradabilíssimo ou duca, como se diz por aí. Já não é a mesma garoa de tempos atrás: fina, contínua, aquela que deu nome à Cidade: terra da garoa!, mas ainda parece funcionar, a título de curiosidade, só pra antecipar o futuro.

sábado, 2 de abril de 2011

.

-Ninguém disse que o roteiro de Bruna Surfistinha é pífio, que pra ser compreensível tio Boonmee precisa de curso: ao que parece na Tailândia há uma doença que faz com que nasçam pelos na cara.
- quem faz a crítica estética do maior jornal do pais dá quatro estrelas... Elas existem, porque formam o próprio conceito coletivo do que seja bom...
-A questão é que para exercer tal profissão ele fez jornalismo.
- Basta ler, Ilusões Perdidas du Balzac...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Aos homens

- Curioso seu gosto pela repetição. Do que têm medo? Do diferente? A própria "noite", como supondo diversão, dá prova.
A proposta é conhecer a totalidade, sempre, mas só como ideal, pra fugir do comum, tipo "A Múmia" (1969), de Chadi Abd al-Salam ver a ausência da Cidade, do Estado e o tráfico de relíquias. É interessante, tenha certeza, ou tomar o café que o passarinho caga... Mesmo que chova em São Paulo há um filme a mais pra ver...

quarta-feira, 16 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

Da Ordem

- É a brisa...
- ?
-Falemos da ordem pra por ordem no próximo movimento estético: se partir das sensações começamos pela estética e será o belo que lhe importará, seja lá o que considerar belo, e falamos também do que se pensa ou se escreve, tudo é palavra! lembra?
- Lembro, mas não entendi?
- Basta enxergar: "o cego não faz a ciência das cores"... mas faltará aprender os nomes, as regras que estruturam o diálogo...
- Tá, mais ou menos, fala...
- Então, para que se faça estética enquanto ciência são necessárias palavras,né?!
-!
-Daí sua primazia.
-Entendi...
-Da estética segue-se para teoria das paixões: a teoria das argolas, do belo, do gosto: filmes e músicas, o livro do rosto e a resposta atual...
- ?
- O que faz a égua e a mulher belas ao mesmo tempo?
- É...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Coisa divina

Cristo é título. O nome dele mesmo era Jesus, a igreja providenciou pelo instituto da santíssima trindade chamá-lo de deus, como se o próprio Deus (aquele que separou a luz das trevas e criou as demais todas coisas) tivesse se tornado carne e, por isso, devolvido a possibilidade da própria existência para nós.
Esqueceram suas histórias, as mesmas que são contadas pela bíblia (o novo testamento, o antigo é anterior a ele), que aliás não foi escrita por Jesus, mas sim por Paulo, Pedro e mais uns, os mesmos que seguiram o cara quando ele esteve por aqui... esqueceram da parte que não interessava: a pobreza de Jesus, ou seja, um judeu que no meio das pessoas mais afeitas ao dinheiro (vocês lembram das emissoras de televisão e porque não citar os estúdios de cinema dos EUA) formulou a mesma sentença de Aristóteles: por que com mais, se com menos? transformaram mesmo a divisão dos pães em milagre pra gente pensar que não dá pra fazer igual e ficar satisfeito por afirmar nem que seja uma vez ao ano nossa escolha...
E a gente leva tudo sem se preocupar, sem estudar os fatos, sem saber.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Fatos?

E aquela velha impressão que tudo já foi feito não sai do peito, gravado, regravado, editado. Tá, sei que citará aquela música, que é um provérbio e que faz muito tempo que foi dito...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sonhei com você, não que fosse exclusivamente você, tinha gente que nunca vi na vida e tinha manga... Acordei com vontade da fruta, comi e passou e de você ficou a saudade.
Mais curioso que o sonho é a lembrança...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nem sei

que daqui pra diante me chamarei Zé Bebelo ou Riobaldo ou Joca Ramires, nomes de artistas, gente importante, e no próximo ano arranjo uma nega pra chamar de minha e estamos conversados.

sábado, 20 de novembro de 2010

Transequi

- Aqui, fazem 53 anos...
disse isso apontando para o chão onde estava: a casa. O cachorro, malhado, tigrado, pedia um pouco de carinho (a despeito da opinião alheia: "ele é bravo, melhor nem tocar a campainha") pra depois sair de lado, farejar algum rastro inconfundível, tipo cachorra no cio, o qual deixava de lado logo em seguida pra pedir mais carinho, talvez ele mesmo já fosse um velho.
- o DKV tinha que puxar o freio de mão e deixar engatado, senão... ladeira abaixo. Quando a empresa ficava ali, no final da descida (disse isso apontando o morro próximo e, de fato, era uma ladeira acentuada) coloquei uns trilhos pra evitar as batidas, mas sabe como é...o DKV subiu nos trilhos, acabou o carro...
- Sei sim, eu mesmo bati no muro, ainda não dirigia era moleque e estava de bicicleta sem freio... foi feio.
- Vim mesmo de depois da Lapa, trabalhava por esses lados, achei que seria melhor, vim... fiquei. Olha ai, o Marcos chegou, ei Marcos...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ao que parece, é coisa de turco, ou árabe, ou outra possível gente daquela redondeza chamar quem se gosta de: "Meus olhos".
Pra bom entendedor, meia palavra basta.
Melhor entendedor será aquele que entender sem palavras...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

tempos depois

Ela respondeu no automático! Confirmou tudo sem nem ver o que ou quem era, coisas desse tempo que não deixa tempo pra nada...
Não cabia sequer a reclamação: elas devem ser feitas no balcão ao lado, (como se ele existisse).
Sem mais, um: - Oi, quanto tempo?! seria suficiente. Ademais, pra que? Ou pra quem? Se já não desejamos nada, a não ser aquela boca vermelha, aquela pela branca, alva, aquele jeito de menina que sorri, um sorriso gostoso, sem pudor, sem culpa, sem malícia.
- Ahh, então tem desejo sim? Vai? Não, nada? Porque nada foi o que ficou pra contar história...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"o que será que dá dentro da gente... que é feito uma água ardente..."

considerações

Nem por isso será desfeita a aliança.
Nem se quisesse, não é possível, porque é coisa certa e direita.
Não se falará mais do assunto, não se dirá nada: nem da vergonha nem das eleições.
No normal das vezes, diria que música ajuda, mas já não resolve e não comentam nem curtem.
O que é feito por outros é mais eficaz!
sem menção nem massagem
lugar silencioso este:
não é assim mesmo que gosta?
não foi o que pediu ontem a noite?
sem menção a rosa
sobre o nada

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Tratado Teológico-Politico

Tanto se fala ou se falou sobre região que não se errará se for apresentada mais uma possibilidade de interpretação, não do texto bíblico, como fez Espinosa (ele tem um livro cujo título é o mesmo deste post suprimido o artigo).
Ora, o assunto: religião, (o que preocupava Baruch era o conflito que parecia interminável na Holanda de seus dias: igreja x casa de Oranje, as quais disputavam o poder), parece que não foi esquecido com o passar dos anos. Ele fez, então, uma análise do texto bíblico para demostrar que ele (texto bíblico) não traz nenhum mistério e que tudo não passa de superstição. Para nós, parece mais importante assinalar a relação entre religião e poder/mídia: canais de televisão como: globo, sbt, record e bandeirantes parecem ter laços estreitos com a religião, (globo e SBT são de judeus, record do pastor e a bandeirantes, ao que parece, é islamica, pelo nome do dono...) Mais incrível é que todos os canais manifestam crenças cristãs, ou pelo menos, assim o fazem ao final de cada ano, quando todos, em função do natal, parecemos convencidos de nossas crenças.
Num ano de eleição, esse assunto também vem com força, em função das crenças particulares dos candidatos. Espinosa alerta em seu livro que o grande erro da religião foi recrutar os piores tipos para vestí-los com os trages da religião (falsa religião, pois prega o medo).
Para se livrar dessa superstição (medo) que faz dos homens escravos, é preciso conhecimento. Para começar é recomendável que se faça o exato oposto do que lhe foi proposto pelos supostos sacerdotes daquela falsa religião, posto ser a superstição e o medo seus fundamentos...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Construção

É feita de detalhes. Principalmente os pequenos: o cabelo, o jeito que ele caia sobre seu rosto, sua cor, se preso ou não, se solto, até onde chega. Coisas assim, pequenas e sem importância fazem uma personagem maior, viva, que nasce diante do leitor, feito alguém que existe, que passa sem pretensão na rua, ou que mora na vila e então, serão os detalhes da mesma que deverão ser descritos: a cor das paredes, das janelas, dos amores que habitam ali, os quais serão descritos como se o leitor os visse na sua frente.
Como se fosse real, ou se pudesse..., mesmo que aqui possa-se tudo, desde que seja real ou possível.
Ou não

terça-feira, 12 de outubro de 2010

12 de outubro

Faz tempo, eu sei. É muito a propósito do título e em virtude do tempo: à saudade, soma-se o frio.
Faltou falar de Morena Nascimento e de tantos outros... mas aconteceu esse não sei que de coisa silenciosa que no normal das vezes basta noite bem dormida, mas que dessa vez não queria passar...
e seria o problema do tema, mais uma vez, coisa para qual em um lugar próximo basta a foto, talvez, e é tão bonito, colorido e falcatra que só dá pra sorrir, ou pegar a saída discreta pelos fundos posto não estarem ali para isto, seja lá o que isto for.
Seria preciso colocar uma placa, se houvessem paredes, ou layout, onde se escreveria em caixa alta: obras ou manutenção do ego (sem previsão de fim) para poupar os visitantes de expectativas: é culpa do Fiódor! gritará alguém...
É o último dos grandes, por isso elas se fazem necessárias, ou desejadas, ou certas, ou vagas, ou...

sábado, 4 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Teoria das argolas - primeira resposta

Ao que parece, não é a argola o que realmente importa. Ela é o limite do vazio no interior da mesma. É desse vazio que parece sair/projetar uma linha (duas, conforme é evidente, visto que são duas orelhas) imaginária(s) em direção a boca da cuja.
Lembre-se que o lóbulo forma com a face um ângulo que confere à argola a inclinação necessária para que as supostas linhas se cruzem na boca, além do movimento que os brincos têm por si, em função do balanço da cabeça.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

sábado, 31 de julho de 2010

Figuras de retórica

Para os antigos, quem praticava a retórica enquanto arte valia-se dela para distorcer a verdade, ou melhor, tornar verdadeiro o que é sobejamente falso. Sócrates foi acusado de usá-la (diziam que ele ensinava os jovens assim).
Não obstante o tempo que nos separa dos gregos, suas figuras ainda são utilizadas por advogados, que da retórica de Cícero (que era romano) ficaram só com o elogio ao meritíssimo (ou aquele que tem muito mérito) e, obviamente, a distorção da realidade através da escrita empolada e confusa a todo aquele que não estudou tal mecanismo (vide a dificuldade em lermos nossa constituição). Usam-na para vencer a batalha judicial, sem que a verdade influa ou a despeito dela.
Uma curiosidade do nosso tempo onde observa-se o uso da mesma é o discurso do qual Caetano se vale em suas aparições:

-..., ou não!

A negação quando empregada no discurso proferido, como ele faz (ou não), logo após o que foi dito torna-o verdadeiro sempre! É mais fácil entender pensando numa tabela de verdade:

Conjunção [e]
V e V = V
V e F = F
F e V = F
F e F = F

Disjunção [ou]
V ou V = V
V ou F = V
F ou V = V
F ou F = F

A tabela continua com outras operações possíveis ao cálculo proposicional, mas o que foi exposto basta: perceba que no caso da disjunção [ou] seja a primeira proposição verdadeira e a segunda falsa, ou o contrário, o discurso continuara a ser verdadeiro.

Amanhã choverá ou não é sempre verdade! um dos exemplos usado em cursos de lógica (o cálculo proposicional é suficiente para que se entenda o que foi dito).
Ou não!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pilates

O problema da televisão é o erro quando tenta copiar o Real, e ela se julga ou é julgada uma boa retratista, como quando dizem: é, essa pode ser uma história real. Dizem isso porque não viram o Teatro de Gero Camilo, estória que pode existir mesmo quando é ficção, como em: Amanhã vai estar chovendo sempre.
Voltemos a ela: bom lugar para por à prova a Teoria das argolas e as bonecas de porcelana da globo. Trata-se de impor o Belo, aí a jiripoca pia: aquele rosto quadrado, loira (lembremos das estrelas de tempos atrás!) o erro Crasso de achar que será melhor que a Natureza ao negar as sentenças: morenas são mais bonitas quando estão morenas, loiras quando loiras, ruivas quando ruivas...
A praia da Macumba fica mais ao sul do recreio: sabia que as cariocas dão dois beijos, um em cada bochecha, sempre? e então as coisas são diferentes, tipo misturar rock com samba e reggae e groove e...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Teoria das argolas

Si pá, o beijo é sexo, porque ele é algo do um entrando no outro. Além da saliva que segundo os entendidos é o esperma da boca e o movimento da língua num entra e sai frenético o que imita o movimento do coito...
As argolas direcionam o olhar para boca e se o que foi dito antes é verdadeiro, as meninas que as usam querem mesmo é sexo, sem afirmar nada quanto sua personalidade. Não se trata pois de dizer que quem usa argola é lasciva, muito menos vagabunda ou qualquer formulação concernente à indole da menina, pretende-se antes descobrir pistas da natureza.
A partir disto afirma-se que quanto maior a vontade, maior será a argola.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu caro Alarcon,

nem precisa perguntar, mas vamos lá: o que achou de Lô? Olhou-a nos olhos, e???
Ela é assim, surge nas horas mais estranhas e sai sem dizer tchau! o que, digamos, não é nenhum pecado, mas sim um favor.
Falemos então de futebol, o esporte do nosso tempo e que de tempos em tempos (quatro em quatro anos) move o mundo, converge os olhares para um determinado lugar e que desta vez não envolve só a visão, mas também a audição. Falo das vuvuzelas, se é assim que se escreve, isso que lá na África do Sul é uma manifestação cultural das torcidas virou pura e simplesmente mercadoria, enfadonha e pouco educada, sem necessidade, a menos que se pretenda infernizar alguém.
São coisas de nossos dias, aquela velha nacionalidade que aparece e desaparece num piscar de olhos, como bem disse um amigo em comum.

A gente continua depois... sempre, espero.

Abs

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Rafael, loa significa cântico referente ao divino, mas também é um regionalismo alagoano e então significa uma toada doce executada pelos canoeiros ritimada pelo bater dos remos. Acho que esse é mais próximo da música.
Só pra constar

quarta-feira, 26 de maio de 2010

RTS

Antes do ensaio poderiamos falar de Deus ou do diabo, o que preferirem, se acham pertinente o tema. Ou mais uma vez falaremos da etimologia de alguma palavra: amigo, que, por exempo, significa: aquele que ama, mesmo que não aceite ser desmembrado, como se faz tantas outras.
Aos comentários, todos muito dignos por sinal, caberia o adendo ao Promotor, posto não encontrá-lo no meio daqueles que tocam, só que não é bem do comentário, mas do que fazem fora daqui e que funciona feito um megafone e quem sabe outros os tenham seguido até aqui pra dar uma olhada no reino. A propósito dele, cabe também dizer que o trabalho de cultivo das idéias é ciumento e pra ser desenvolvido não pode ser posto de lado, que as ferramentas são as da astúcia sempre respeitando a lei: porque com mais, se com menos?
Foda mesmo é ouvir o eco delas em um lugar tão distante e ao mesmo tempo tão próximo
Vamos ao ensaio então...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Se

Começasse a vida sabendo o que se sabe no seu fim, saberia amar melhor, com mais calma, devagar, porque amor que é amor mesmo e não pura e simplesmente a palavra, não tem pressa e pode então ser pura e simplesmente amor.
Saberia logo que mulheres de canela fina são problema, que as que as têm grossas são propensas a serem mães, mas que o que rege mesmo é o tamanho da bunda. Saberia que na falta da certeza de qual presente dar? daria flores, porque elas se comprazem e no mínimo sorriem a gentileza.
Ficaria fácil colocar ordem em tudo, posto já ter as respostas, mesmo que ainda faltassem as perguntas. Direcionaria o querer, esse senhor de tudo e de todos, sem o qual não se faz nada, mas com o qual se perde tudo. Saberia que os homens amam as novidades, pra cinco minutos depois esquecer qual mesmo era ela e continuar em busca de mais novidades pra ficar eternamente neste círculo, então, se tem alguma coisa há muito tempo aí, ela deve valer a pena, porque o que não interessa aos tolos vale, ou, aos tolos não interessa o que vale a pena e que as regras foram feitas pra terem exceções.
Já saberia as verdades de homens de antigamente: que o amado move sem nada fazer, então é só ficar quietinho. Que os homens procuram relacionar-se porque a solidão é foda, mas que o silêncio da mesma é agradabilíssimo quando falamos de espetáculos, e que você é sua melhor companhia, sempre, então, ela nem é tão ruim assim.
Saberia, pois, que não adianta perder a cabeça porque junto com ela vai a razão. Saberia que vinagre de maçã é um santo remédio e que os médicos que não sabem disso não sabem nada, que água é vida...
Que em média se perde muito tempo pra tirar a habilitação e mais tempo ainda no trânsito, então, se se faz isso pra correr atrás de mulher, nunca, nunca vale o trabalho.
Saberia que a morena é tipo Jesus: três em um, mas que isso só vale se acreditar que ele é: Pai, Filho e Espírito Santo, enquanto pra ela vale sempre, não tem erro, então, vai agradecer diariamente a Ele por ser brasileiro.
Teria todo esse conhecimento e nenhuma experiência, então, melhor deixar os dias passarem e ver o que acontece...

domingo, 16 de maio de 2010

Concerto de Ispinho e Fulô

Bem num momento abjeto e obtuso, daqueles que é melhor esquecer, deixar pra lá, como se não fosse nada. Ir ao teatro melhora qualquer cristão de qualquer coisa, melhora mais se a peça for boa, bem boa mesmo, quem sabe então até a luz incida sobre aquele ser e se faça luz nele também, quem sabe?
Quem sabe se não é melhor deixar quieto, esperar passar, já teve festa e o pagode não resolveu. Pagode não resolve nada nunca, não aquele pagode, mas se a vida continua, porque ela tem que continuar, que venha o teatro.
Mas, então, as coisas começaram a mudar cedo, no princípio da dita, um giz e um recado:
- o que escrevo?
- escreve o que quiser, (sorrindo)...
E então foram cantos (é bem musical), cantava pra todo mundo ouvir, é claro, ela é uma das atrizes da peça, era o que devia fazer, normal. Mas não era o que fazia, e quem viu sabe! porque tinha mais meia duzia de homens vendo o mesmo espetáculo, tinha um ao lado, mas pra ele, ela só se dirigiu pra fazer um elogio ao outro. Era a mesma do giz, do recado.
A peça continuou com eles equilibrando muitas coisas na cabeça e ainda dançavam forro, porque o que Patativa faz é forro. Como num final apoteótico, mesmo que não fosse o fim da peça elas tiram alguém pra dançar, e a mesma do giz, do recado convidou:
- Mas eu não sei dansar... mesmo que já dansasse (porque ela ainda é errada, mesmo que o S dê mais idéia de movimento que o ç)
- Tudo bem, dois pra lá, dois pra cá, só isso
Podia acabar ali, porque a luz incidia... Não vale nada falar que perderam ou recomendar que vejam, o fato de escrever estas já bastaria como recomendação, mas a mágica da noite não se repete.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O silogismo da água

Silogismo é a estrutura básica de argumentação utilizada por Aristóteles, por exemplo:

Sócrates é humano
todo humano é mortal
então, Sócrates é mortal

O corpo necessita de três tipos de "alimentos": oxigênio, água e os alimentos sólidos (os que são comummente chamados alimentos: arroz, feijão, carne, macarrão...).
Homens treinados conseguem ficar alguns minutos sem oxigênio. Não é possível morrer prendendo a respiração, dada sua importância (respira-se mesmo durante o sono, o mecanismo do corpo responsável pela respiração é automático), então, ele é dos três o mais fundamental e constatá-lo é suficiente.
Por sua vez, o corpo consegue ficar dias sem o alimento sólido (vide os períodos de seca no nordeste brasileiro ou um dos tantos povos que passam fome na África), não se recomenda sua prática, nem há porque fazê-lo para experimentar a sensação, então, basta constatá-lo.
Pra falar da água, o buraco é mais em baixo e é necessário inclusive colocar ordem: depois de dormir (lembre-se que nunca deixou-se de repirar), quando na manhã do outro dia acorda-se depois de oito horas de sono, conforme o recomendado, qual é a primeira coisa a se fazer? Beber água.
O corpo suporta dias sem comida, antes de morrer ele acaba com toda a reserva (gordura) disponível, mas sem água perece na metade do tempo, como é evidente.
Donde se estrutura o silogismo, ou melhor o terceiro termo do silogismo (como se disse no anterior: Sócrates é mortal): Depois do jejum do sono, quando acorda-se a primeira coisa a se fazer é beber água, como é evidente.

domingo, 9 de maio de 2010

Desordenado

Se tivesse te encontrado no trem da ida, esperaria por você na estação até o raiar do dia, se fosse necessário, pra voltarmos juntos; sentaria ao seu lado, ou melhor, na sua frente pra poder olhar sem parar seu cabelo armado, seus olhos de tigresa, sua pele quase negra, sua boca e como gostaria de beijá-la! sentir seu cheiro, não seu perfume, seu cheiro mesmo, mas antes de tudo isso perguntaria seu nome, do que gosta e te daria flores, mas isso seria depois e então seria todo dia quando o sol raiasse ou quando chegasse em casa no ocaso e seriam flores compradas ou roubadas do jardim alheio; juraria amor eterno a cada dia pra não deixar dúvida do que sinto verdadeira e confusamente, porque se é amor, pode tudo, menos seguir uma lógica, qualquer lógica, até porque é com loucura que te amaria.
Se tivesse te encontrado no trem da ida, colocaria ordem na minha vida: ser seu pra todo sempre, mesmo que todo sempre fosse até o final da linha e o sempre seria ditado pelos trilho, mas seria com ordem.

domingo, 2 de maio de 2010

Recapitulando

É bom que se diga: são falcatras porque são a copia.
A definição de amor de tempos atrás é, nos termos do dicionário, o que nos diz Aristóteles: o sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo... é o mesmo que dizer que o amado move o amante sem nada fazer. Recortar e colar o que nos diz Abelardo do mesmo modo é uma tentativa de aproximação com o texto aristotélico, posto que ele, Abelardo, comenta os livros do Estagirita, para quem está começando a estudar a Lógica lá pelo ano 1100, então, não se trata da falcatrua do texto mais sim das cópias.
Tanta Lógica de nada serve quanto entramos em outros reinos: nenhuma persiste ao belo (o reino da lógica é diametralmente oposto ao reino das paixões, como se disse antes). A festa é o lugar próprio para ele, mas não pra quem não sabe dansar (com S como faz Rosa, tão errado quanto ela, mesmo que ela não exista).
E que festa! o bigode foi a propósito dela, talvez, talvez Mano Brown percebesse a violencia periférica que ele representava, talvez nem ele e então seria só você

terça-feira, 27 de abril de 2010

- E se o jeito for começar pelo fim? já que se sabe qual seja, sempre.

da série dos falcatras

Ao redigir a Lógica, é necessária a seguinte ordem: uma vez que as argumentações resultam das proposições e as proposições das palavras, aquele que põe por escrito a Lógica de modo acabado deve escrever primeiro sobre os termos simples...


Lógica para principiantes, Pedro Abelardo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Demorou

Ana Estela
parece que é estrela
posto que brilha por si.

Era ela de bolsa verde?

Não se soube
na tarde de quinta
dia 15

O Babo era às 19
diferente, né?!

Diferente mesmo
é a Amaral
depois que o Sol se põe.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pedido I

Queria que musicasse pra mim

os versinhos que te envio

pode ser reggae, milonga ou sambinha

pra toda gente ouvir e dançar

feito criança

ou menino travesso

olhando por baixo

as saias

das meninas festeiras

terça-feira, 13 de abril de 2010

Nas tardes perdidas II

- Bom tê-la por aqui, nesse espaço tão abstrato e silencioso. De vez em quando, é melhor deixar que as coisas simplesmente aconteçam, como se não soubéssemos onde encontrar o que procuramos, por não saber o que queremos. Diria que quando está escrito nem adianta atravessar a rua pensando em mil coisas diferentes, porque o mais justo é que elas aconteçam e ponto. Não seria justo também se alguém dissesse que avisou, que o melhor é a distância, que a dor passa com um chocolate bem quente e bolo de fubá, porque a fome e o próprio desejo já não existem, quando a gente insiste em não ver o que está na nossa fuça, mas como sua cara não é de muitos amigos, não serei eu quem virá com bons conselhos, porque se eles valessem a pena, a gente vendia e não dava de graça. Aliás, de graça nem o amor, que ele cobra alto e em amor como reciproca. Faz tempo que esperava sua visita, pena que não temos mais tempo, porque a hora certa passou enquanto atravessamos a rua...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

à Bruna, Ingrid, Raquel, Marina...

Toda vez que uma morena tinge de loiro os cabelos, morre uma estrela no céu.

RT

assim ficaria mais fácil, diria mais com menos e, ainda assim, reconheceria do que se tratava, porque esse é seu nome, né?!

Então, sobraria tempo pra falar do tempo, não do castigo das chuvas ao Rio, que isso seria perda de tempo, mas sim, do tempo ele mesmo, enquanto tempo, sabe?, ou poderíamos usar o tempo pra falar do movimento, e então, falará de sua concomitante nas palavras, ou em como elas aparecem, ou na Idéia (sei da reforma, é que é dos poucos que não obstam dúvidas) de movimento que elas passam.
Mais ou menos o número de caracteres disponíveis, talvez, parei de contar no 44...
Mas ainda faltaria falar do próprio número, enquanto número e das cores como exemplo do simples e da ordem, ahh, a ordem...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Observações

Por um instante, valia ter o twitter. Seria retwitado só pra dizer que tem razão.
A retórica da negação, formula mágica caetanística. Ele mesmo se põe a questão mágica filosófica: existirmos, a que será que se destina?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O retorno

Sem massagem, o filho pródigo, mas nem tão pródigo assim, à casa torna

Não dá pra brincar de falcatra, quando se visa o conhecimento.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Retratação

- É mais fácil rir da desgraça alheia.

Na terça, quando o tema foi o autismo infantil todos riram das coisas de criança: todo mundo era um, mas um deles, um menino, explicou que se acha os números primos tirando os múltiplos de dois e então faz-se algum cálculo com o três, mas ai não falava mais do simples e raciocínios complexos, os matemático são desse tipo, precisam ser explicados em pormenores...

segunda-feira, 22 de março de 2010

De repente, iconoclastra é raspar a cabeça

e nunca mais ser ele

...

Por exemplo, relacionar as duas teorias: tudo é palavra! e, a estética é a filosofia do agora. Apesar da aparente distância dos temas o trabalho é claro e simples: colocar em palavras a beleza dos espetáculos vistos, ou seja, é a própria tarefa do esteta.
Já que tudo é palavra...

Resposta à carta que não foi recebida

Talvez o justo tema seja: o mundo é dos medíocres, eles que se fodam! mas ninguém leria, mesmo se, como você, colocasse em letras reluzentes. A etimologia salva de qualquer ofensa nas palavras: medíocre vem de média, mediano, igual todo mundo. Dilui a violência, mas não o ímpeto, a força que tem por si ou que ganha com a repetição.
Combatamos pois para sair do lugar: escrevamos manifestos, cartazes e poesias que não serão lidas pra que no fim não possam dizer nada, ou pra sair da roda que é rotina, ou pra rir de tudo e de todos com aquela maldade de canto de boca que passa despercebida ao olho alheio.
Formalizemos as convenções pra dar nossa cara ao mundo.
Escrevamos mais! não que desconsidere suas obrigações, mas ao contrário dos separados pela distância do front, tamo junto e não tem diferença. Sabe que nas cartas que escrevemos é como se estivessemos presentes. Então, não nos furtemos a emoção que é a cota que nos resta de luz.
abraço
até mais

domingo, 21 de março de 2010

Bongar

Ouça Chão Batido, Coco Pisado e conheça outro Brasil.
Esse domingo eles tocaram no CCJ e os judeus bancaram o espetáculo que arrematou o final com um dez retumbante.
Foi o senhor Taubkin quem trouxe os meninos negros de Maceió, também estavam as senhoras do Abaçaí e os senhores do Moderna Tradição. E ele, Benjamim, mestre como disse Sapopemba é tipo o Raphael pra quem o que o Tom faz é choro. Faz ele também uma mistura loca ao gosto dos brasileiros, recupera o popular, sons de lugares e tempos distantes e põe ao lado do metro.
A garoa na chegada já adiantava o resultado
ontem e hoje
maravilhas esteticas foram vistas
e a tendência tautológica é tentadora
"sempre que chove..."

Pp

Faltou falar do café; o do outro lado da rua é forte, curto, bem tirado, dos melhores... velhas lembranças infundadas dos dias de guerra já não importam porque ontem foi dia de espetáculo.
Faltou falar das cores como exemplo de simples
nada mais simples que o amarelho.

Escuro

O acaso traz consigo a dúvida, muito mais porque foi a primeira indicação positiva do Luciano: assumir o B.O. e indicar o que fariamos e ainda optar pelo teatro, por uma peça no último final de semana de apresentação, foi uma bravura e pelo resultado, orgulho de ver que o menino se criou e pode ir ao léu experimentando o que a São Paulo de nossos dias apresenta.

- Olha, é a menina do Entre Linhas, aquele programa da Cultura que fala de livros...

- Linda, pra variar, a única que se movia na Babel do espetáculo...

Não se compreendia as gargalhadas da platéia, dois ou três começaram e logo outros acompanharam. Não era próprio! com certeza, e a prova era clara: quando usavam da Libra, ou linguagem de sinais, e ninguém entendia o que os atores diziam em silêncio ninguém ria: se tudo é palavra, então não tem graça quando não entendemos, né?!
Foi o César e a própria limitação que não permitiram nem a primeira...
A resposta certa, e por isso mesmo satisfatória, veio da primeira que subiu para deixar o teatro, curiosamente uma das irmãs cegas:

- Sim, é um drama e não uma comédia...

Ao som de Abajur Lilás, no mesmo teatro, com outra peça e pagando menos da metade: aluno USP paga cinco reais... não tem nem o que dizer, a não ser recomendar que vejam. Hoje, domingo, é o último dia da peça.

- Não tem problema. Hoje tem Benjamim Taubkin, não vai rolar ver de novo, mas eles voltam... um dia.

domingo, 14 de março de 2010

Curioso III

O que é mais forte que a gravidade?
A água, claro, ao menos na forma de gotas e isso é por conta das pontes de hidrogênio.
Não acredita?
Então, olha embaixo da tampa da panela

sexta-feira, 12 de março de 2010

Teoria Estética - notas

Pode-se estudar o Livro X da República de Platão e A Caverna de Saramago tento em vista a Estética. Então, se faz isso a muito tempo. Quando formula-se a sentença verdadeira: a Estética é a Filosofia do agora, ela quer dizer que a tentativa é declinar-se sobre o objeto daquela ciência, qual seja, o espetáculo, procurando evitar as questões de opinião.
Para tanto são necessárias duas coisa: 1 - ver espetáculos, 2 - estabelecer uma tábua de categorias. Quanto mais ver, melhor será, (o olho se acostuma e gosta do escuro da sala). Essas experiências te darão a série de categorias, porque ora você vai ao cinema, ora ao teatro e além dessa variação pode variar de gênero: drama, comédia... e a mesma categoria que serve para um, não serve, necessariamente, para outro.
Ademais, o que interessa é o que está por fazer e não releituras dos originais gregos para discordar do doutor da cátedra de algum lugar, é mais interessante perceber que a Estética pode atingir outros tantos objetos: o exemplo da novela é só pra relembrar Platão e ver como as coisas se repetem.

Ler o Livro X e fazer anotações

terça-feira, 9 de março de 2010

Ademais

- era eu quem vinha com as pedras na mão. A mudança próxima provocou a releitura dos atos anteriores: o herói não salvou a princesa, os vampiros viraram mocinhos e a ficção avançou junto com a tecnologia. Não provoco mais, mas ainda tenho a coragem dos moleques. Faltou pouco pra acertar os horários, a confusão das rotinas, a loucura de cada um: o seu chocolate, o meu sorvete. Sem mais, fica com as chaves do apê que ele é mais seu do que meu, nem os porteiros me reconhecem mais, nem eu, eles. Talvez seja a postura iconoclasta falcatra, talvez os primeiros brancos sejam mais representativos do que pensava, não digamos adeus pra não dar a impressão de despedida, beijo e se cuida...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Nas tardes perdidas

a luz do sol incide de revesgueio
deixando o ocaso
de um rosa nauseabundo

E o profeta disse:
bem aventurados os que têm fome e sede de justiça
porque serão saciados

Dos personagens esquecidos
do bem e do mal
de outra cultura

ficou o humor
de imagens bestiais
e a saudade confortável do esquecimento

nas tardes perdidas...

O que importa o layout se a proposta é falar sobre palavras?

...

de repente foi o lugar
C 32
é um complexo
no meio
C 1
por exemplo
fica tudo mais fácil

domingo, 7 de março de 2010

Domingo insólito

O Jaçana ainda faz o mesmo caminho. O Largo da Batata é um mistério, as ruas quase paralelas formam lacunas de onde não se vê nada, e o retorno não é propriamente a volta no quarteirão.
O dia foi de Sol, a noite, de fresca e o show um tanto parado. O samba de paulista da Céu não convenceu, por mais que ela cante bem, mano, voz afinada de timbre certo, disco novo, sem guitarras marcantes, mas mesmo assim pesado. É o eletrônico diria o desavisado, e a repetição, tal como disse que seria, mano, marcam as letras, com certeza. De novo, só se viu as pernas, longas e fortes...
Mais bonito é a Lavoura Arcaica e se literatura é paixão e não serve paixão requentada, parece que a Ana enfeitiça como se fosse a primeira.

sexta-feira, 5 de março de 2010

À muy hermosa Mercedes

aos que amam, pra sempre é bem possível de existir. Um dia depois do outro, é assim esse amor, amor de saudades, amor de silêncio, amor sozinho. Vai se casar com outro e mesmo assim te amo tal qual nossos dias de escola; diga-se de passagem, só para constar, você é a moça mais bonita que existe ou pelo menos que já vi por essas bandas. Noutros lugares que estive nem importa porque tinha sua foto na carteira e mais que isso, você no pensamento, não saia nem sob tortura: sua imagem fresca e reluzente num dia qualquer de nossos tempos passados.
Sabe que das minhas virtudes a mais viril é a paciência, sempre terá do meu amor quieto, até o dia que quiser. Te espero desde já, nem que leve meu amor embora...

terça-feira, 2 de março de 2010

Ei

Preste atenção
ouça o que nos diz a voz coletiva

uns pedem sexo
outros escatologia

uns querem terra
outros moradia

uns segurança
outros vias

O iceberg partiu
e é sempre a água
nos momentos românticos

O Fim existe antes da própria coisa
então tá tudo bem
acabará mesmo feito filme
com beijos
numa garoa gostosa

domingo, 21 de fevereiro de 2010

De novo, num novo lugar

Um lugar vago na cadeira ao lado, outro em frente, e mais tantos outros pelo teatro: se soubessem o que ia acontecer, não deixariam de ir. A mesma coreografia, a mesma do fim do ano passado, mas a primeira desse ano, ótimo então: na primeira a gente se pergunta o que acontece, na segunda é como o que acontece, acontece... O lugar era diferente, a fileira J, ao contrário do que se pensava, permite ver mais do palco, o que não muda muito, já que as maiores coxas do mundo prendem a vista, direcionam o olhar, restringem.
A Marisa estava lá, como é óbvio né, mano? Mas agora são muitas outras, tantas que só aumentam a confusão. A solidão é própria ao espetáculo, como já se falou, aliás esse é um belo título: A solidão e o espetáculo, ou, a solidão e o cinema e ele sempre valerá quanto o assunto for estética.
Mulheres belas também na platéia, coisa do Sesc... 2 litros d'áqua na drogaria da esquina custam 1,50, mais 2 do café, mais 5 do ingresso: 8,50 e agora o ano começou pra valer.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Diálogos platônicos - motel

- É, sei que é sempre assim, rápido e indolor, nem falo mais nada pra você...
- Ei, não é por minha causa. A recepcionista acabou de avisar ou não ouviu o telefone?
- Ahh, não se faça... Até parece que gostaria de ficar mais tempo. Parece que é coisa feita, sempre que começamos a conversar, a moça liga e você dá graças a Deus...
- Tá loca? Que foi linda, que bicho te picou?
- O mesmo de sempre: a sua indiferença.
- Xiii, deve estar chegando aquele período crítico...
- É está mesmo, e dai? Mas isso não muda o fato de que entre a gente é só sexo, nossos encontros dependem exclusivamente da sua vontade, do quanto você me quer e acabam junto com seu gozo...
- Caraca, você tá bem loca hoje, você não ouviu o telefone???
- Claro que ouvi, não sou surda, mas isso não muda nada...
- Lógico que muda, se ela ligou é porque estamos aqui a três horas, então eu preciso ir, tenho minhas coisas pra fazer...
- Tá vendo, é sempre do seu jeito, a gente vem aqui quando você quer e vai embora quando lhe é conveniente.
- Tá bom então, depois a gente continua com essa conversa quando você quiser, tá bom assim? mas agora temos que ir...
- Ainda vou conseguir te dar um fora, mas enquanto isso não acontece a gente se vê
- Linda, te adoro, sr...

Ética médica

- O assunto de hoje é o mais simples possível, caros alunos, porque primeiro devemos cuidar do simples para evitar erros quando avançarmos para questões mais complexas. O avental médico serve para manter o médico higienicamente preservado no ambiente de trabalho, hospital ou consultório, a bem dizer é uma formalidade, uma vez que vocês não trocam de avental a cada consulta, o que seria loucura, como é evidente, mas também é loucura desfilar pela rua de avental, isso só serve para chamar a atenção dos populares ou de qualquer um. Vocês esperam distição, por isso usam o avental para comer pastel na feira, como se fossemos diferentes ao comer pastel. Vocês querem ser identificados como doutores e se sentirão mais doutores com o tal avental branco que a essa altura já não está mais higienicamente preservado, porque a feira é tudo, menos higienicamente preservada.
A propósito de questões mais complexas, o título de doutor é conferido aos que fazem doudorado...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Negócio fechado

Fazia negócios. Era a resposta certa e pronta à pergunta: qual o seu serviço? ou, o que faz pra ganhar a vida? Ninguém sabia, ao certo, a quais negócios se dedicava, o que sabiam com certeza era seu tino pelas disputas. Diziam que isso vinha desde o batismo: seu pai queria chamá-lo de Mahamoud, por conta dos dias e do personagem central da revolução, achava que era um nome forte, sua mãe preferia Frederico, sem saber ao certo porque preferia esse ao escolhido pelo marido, mas como às mulheres basta o querer, assim ficou: Frederico Malaquias, coisa que agradeceu à mãe anos mais tarde, em silêncio, naquela intimidade que os filhos têm com as mesmas, supostamente por ser um nome mais comercial.
O que ninguém sabia era sobre os sonhos de Malaquias, que a bem dizer se resumiam a um só: liberdade. Queria deixar de lado toda a convenção familiar, pai e mãe, pertences da infância rica de menino abastado e bem nascido, casa, negócios, mesmo a riqueza adquirida, objetos, coisas que só aumentaram depois que passou a se dedicar aos tais negócios.
Até o dia em que se revoltou e achou um buraco na rede das convenções e se atirou no telhado vizinho satisfeito dos poucos segundos que teve de liberdade plena antes de se acabar feito um saco jogado fora. Sua liberdade custou-lhe a vida, o que, como bom negociante que era, trocou sem pestanejar...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Recorrente

o tema é mais antigo do que pensava:

"Sou morena
filhas de Jerusalhém
...
Não olhais eu ser morena
foi o sol que me queimou"
...
(Cânticos dos Cânticos, Primeiro Poema, Bíblia de Jerusalém)

Segundo a crítica, o fato de ser morena não era um elogio, significa que ela era pobre, era morena porque tomava Sol, o que era marca do trabalho. A continuação do texto afirma que a paixão descrita é o Amor de Deus por Israel. Não sabiam da Estética, nem que histórias de Amor interessam em quaquer formato, e essa merece por ser antiga, do começo dos Tempos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A nós

Bem-aventurados os que nascem na época das chuvas, ela mesma sempre mote dos beijos, vide cinema; e por falar nisso: a solidão é própria ao espetáculo, o espectador julgará o que vê, percorrendo a série de categorias, as que lhe parecem convenientes, quanto mais ele viu, maior será a gama, mesmo que o objetivo seja sempre o mesmo:
-Qual a última vez que se permitiu a emoção? que é o que acontece quando se contempla o belo?
Mais uma pra coleção do paradoxal: fala-se de estética do corpo, mas é sempre ele que se busca, singularizado no 1 ou no sujeito, ou como queira chamar..
Mas não se deixe ver tudo! a mera pretenção retórica, se diluirá na surpresa do próximo, oxalá assim seja. É difícil subir pela via sintética e concluir o mesmo, mas se aceitar o convite, verá, ou não...

Felizes os que choram
porque ainda podem chorar

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mês depois

Chamavam ela de Rosa, porque o resto do seu nome era impronunciável, uma justaposição de sufixo e prefixo desnecessária. Diziam que se parecia muito com uma atriz do começo do cinema: traços longos, bem delineados, magra, mas nada que mostrasse os ossos, nem ombro nem clavícula, aliás esse era o seu limite: quando era possível vê-los, qualquer um deles, sabia que era preciso rever sua dieta, até para estar bem disposta para o trabalho ou para o samba das noites de quarta, intermináveis como toda a noite bem aproveitada. Ah, tinha os joelhos mais bonitos da roda e arrancava elogios mesmo dos que não a conheciam, bastava colocar a saia e pronto. Por vezes nem sabiam exatamente o que elogiavam: se a proximidade com a atriz ou os joelhos, mas assim ficou conhecida por todos e todos diziam: "oi atriz", mesmo que nunca soubessem o nome da mesma para tornar mais próprio o elogio.
Assim, nesse teatro de faz de conta passaram anos e a despeito de envelhecer ficava cada vez mais bonita até que um dia chegou na vila um professor, que não sambava, mas que ia sempre ao samba, dizia que para se aproximar, até que se aproximou mesmo de Rosa, enquanto um menino falava que a tinha visto no cinema numa das seções extras de filmes antigos, preto e branco inclusive, e afirmava que era ela, que tinha tido filhos e que terminou feliz para sempre com o galã. Quando o professor interveio para dizer que era impossível, não podia haver ninguém como ela, que sua beleza era única e mesmo que fosse próxima da da atriz, era muito melhor, porque era real. Falou também que era absurdo alguém compará-la a uma atriz, porque a cópia era só a primeira forma de arte e ela era a própria arte, sem cópias, mas nisso o menino já estava longe, não ouvia mais. Quando ouviu que ele a chamou de Rosa isso foi suficiente para convencer seu coração e acabar de conversar o resto em casa.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Único

Maneira fácil de falar do simples é usar como exemplo o número 1, ou o próprio significado de palavra: unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação, ou ainda, como preferiram os Lógicos do milênio passado: chamar tudo de termo e separá-los entre os que significam sozinhos Morena por exemplo e os que precisam delas para significar como que.
Isso é o mesmo que chamar tudo de palavra como se faz aqui e deixar claro qual o limite, o branco do papel.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Dia de festa

Tinha crédito pra falar a vontade com fixo, no normal das vezes ligaria pra irmã ou mesmo pra uma amiga do colégio, mas a novidade da cidade era também a da solidão: não conhecia pessoa ali, nem a conheciam também, era um vetor que dava resultado zero. Se lhe acontece algo no quarto, demoraria dias até o cheiro se alastrar. Já experimentara ficar quieta, em silêncio, pra ver se aparecia um vizinho preocupado, mesmo curioso servia, alguém, qualquer um... mas ficou sozinha tempo bastante pra perceber que se não visse alguém enlouqueceria e aí ela mesmo daria cabo daquela situação. Não, buscaria pão, tomaria café na padaria, sentaria na praça.
Jamais pensou que seria assim, logo teria as crianças, as aulas... mas agora não tinha nada. Só a lembrança do que ficou era capaz de lhe trazer o sorriso à boca: o batom nos lábios carnudos, os dentes brancos e as argolas de dia de festa; de um tempo que ficou esses eram seus preferidos: se arrumava qual uma bailarina em dia de apresentação, em frente ao espelho, o cabelo, a maquiagem, verificava a roupa, tudo nos mínimos detalhes...
Não pensaria mais nisso! E se foi quando o Sol passou os morros que circundavam a vila.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Post falcatra

Michaelis
amor

• sm (lat amore)
1. Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Antes de continuar

retratação:


Tem um sentido de eterno que é daqui pra frente sim.
Sempre esteve certo.


Orwell se revira com guerra é Paz e Winston fez carreira com as altereções do passado: sempre foi assim!
E Aristóteles dava aulas enquanto caminhava sob arcos.
Só pra registrar

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sobre latas, chineses e porcos

...

- é que quando come um enlatado qualquer, come junto um acidulante e o anti acidulante respectivo, um pra conservar e outro pra dar uma cor no alimento, acho

- ahh, meu pai comia de tudo e não dava nada: banha de porco, carne a vontade e o velho não morreu de colesterol alto, tenha certeza. Tudo bem, era milênio passado, não tinha a globalização, nossa comida não vinha da China...

- nosso tempo é difício. Os químicos chamam eles de aditivos, somos o que, máquinas? porra, faz tempo que Chaplin fez disso comédia, e a gente vai rir até quando?!

- nada, mano, os pais da Chirriro, comendo até virarem porcos

- Ao que parece, nossos encontros furtivos terminam sempre em questões estéticas

- 24 cenas por segundo, encontros furtivos só dão pro Festival do Minuto, sr, a gente se acha bandido mau...

- é nois memo, abs


pp.: pra ficar mais digestivo este deve se chamar Papo de ponto.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Existêncial - elas

As últimas pesquisas de fonte não confiável afirmam: paulistas querem barrigas chapadas, pra tando preferem as práticas zen: Pilates, Yoga e coisas do tipo, porque fortalecem o abdômem.
Já as cariocas querem bunda e magra não é elogio, elas preferem gostosa.
é tudo pira

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por esses dias

O forró é Xote, Choro e tantas outras coisas que só vendo: faz mulher dançar
senhora perder o prumo, convidar o Dominginhos pra requebrar e terminar no Frevo, acompanhada de guarda chuva, todos olhavam, como se a diversão fosse loucura; certo então são os que aproveitam a graça das histórias que contou o artista.
Pra ser completo, só vendo O Milagre de Santa Luzia.

Quanto pesa a bailarina?
Nada.
A força bruta do bailarino, o quase beijo, Coisas que ajudam a viver: um cachorro, a Marisa e mais um monte de pernas, todas belas (um juízo estético rápido e com pretenção universalista ou tautolólica: Toda bailarina é bela) com certeza ajudam.
Foi tudo lindo
só faltou o Vento

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Instruções

Ps significa: pos-scritum, era usado para escrever algo que faltou na carta depois que ela já havia sido assinada, então, pp é: pos-post, serve do mesmo modo para escrever algo depois que o post já foi pra página.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A gênese da palavra na criança

No princípio, todas as palavras são representadas pela sílaba inicial: 'bo' significa bola, bolo e outras tantas que tenham proximidade sonora. Quanto consegue falar 'mamãe', essa representa o feminino, assim, ela chama genericamente a vó, a tia, e qualquer personagem feminino próximo de mamãe.
E assim surgem as palavras...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

,

- É que ela funciona como pausa, pra facilitar o texto e ajudar a respirar
já que não é verso; serve também pra separar as menores digressões ou pausas breves, como acontece quando se fala, e tudo respeitando acordos firmados noutro tempo...
também gosto da parte crônica, a parte dialogal, coisas do eu platônico, mas o que é feito na parte lógica, mesmo que chato, é absolutamente fundamental!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Todos homens, por sua natureza, tendem ao saber. Sinal disso é o amor pelas sensações. De fato, eles amam as sensações por si mesmas, independente da sua utilidade e amam acima de todas, a sensação da visão. 

Aristóteles, Metafísica, livro A, 980 a
 
É bom que se diga logo: todo diálogo é platônico; misturá-lo com teses, verdades, aforismos ou seja lá o que acontece aqui nos dias chuvosos nasce dessa coisa loca que é o nosso tempo.
A Estética é a filosofia do agora, deve ser feita através da crítica, ao fim de cada espetáculo. Ele, espetáculo, é o próprio objetivo e porquê daquele ramo da filosofia, é através dele que se estabelece no que se vê, auxiliado pelo o juízo estético, se o jogo, peça, apresentação, balé, seja qual for o espetáculo, graus de prazer e dizer, então, se ele foi bom, melhor, pior...

domingo, 15 de novembro de 2009

Ao acaso

Hoje, faz um ano.
A página ficou mais bonita
Aumentou em número e em qualidade, acho, sr
Quanto ao tema ou aos temas, nada de novo
Esse é só pra não passar em branco
E pra não dizer tudo
Digo que foi por acaso que sentei aqui, hoje.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Colheita

E a moda serve de prova aos que acreditam: a História vai e volta! quem guardou os óculos da vovó ganhou; o twitter é a novidade, e a pergunta se repete: porque com mais se com menos?, sua popularida põe a questão da valia apoiada pelo Princípio de Economia; ainda a propósito da pergunta, a noite passada serviu aos que sabem aproveitar o escuro da mesma e como será fácil ao inimigo ou ao Acaso dar cabo da modernidade na região dos Trópicos: e então, foi noite de índio!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Auto-retrato

Fazer com que você acredite nas histórias, diálogos, nas verdades ou quase verdades, nas viagens que estão aqui é um dos objetivos pretendidos; mesmo que nunca tenha pensado que seria diferente, até pela repetição do tema, se supõe que elas são reais é porque são possíveis e esse, meu amigo, é o melhor dos elogios.
Só é ruim porque, infelizmente, ela não existe, sr...

sábado, 31 de outubro de 2009

Da ponte pra cá

- O que vou dizer, mano? Que a Lógica não interessa a mais ninguém? Que é por isso que não dizem nada?!  se o comentário é o aplauso do blog, direi então que a Lógica não merece aplauso porque o que se estuda aqui são as palavras, assunto muito sério quando se pretende formalizar o pensamento, porque é com elas que nos comunicamos e dizemos das coisas o que elas são ou não, o que sentimos ou não, tendo como condição a realidade das mesmas, estuda-se as regras de não contradição do pensamento, remédio contra as paixões da alma , tudo absolutamente necessário e de acordo com o próprio pensamento transcendental...

- Mas fala Dela também! Não?

- Sim, e com certeza, mas ai não impera a Lógica, mano, pelo contrário: o reino das Paixões é diametralmente oposto ao da Lógica. É um subterfúgio a solidão, sr.

- É que fala da Morena com uma paixão, como se ela existisse...

- E quem disse que não? posso não ter sua companhia agora, mas sei  que o Acaso ou Destino, você escolhe o que preferir, já preparou nosso encontro, um dia, qualquer dia, quando não faltar mais nada...

- Ahh, depois eu que sou o platônico, e como vai saber? ela trará um plaquinha com seu nome?

- Ela estará linda, é obvio, sr, de vestido florido e tocará Clube da Esquina - 1972, acho que saberei, né?

- É... acho que é suficiente sim, sr...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Elas

Falta a palavra pra começar este.

O propósito é falar do feminino, mas feminino aqui significa ou tenta significar mais do que o sexo oposto;  sim, elas são parte importante do movimento e serão objeto de análise a seguir, mas percebe que algumas são curiosas: a loucura, cada um tem a sua como se fosse suficiente cinco minutos de ódio, a tigresa de unhas negras que nos arranha o estômago em busca de comida, a alma e tudo o que concedo a partir dela, a maconha, a cafeína, a cocaína e todos os sufíxos ínas possíveis, a postura que  paradoxalmente significa tanto a qualidade física quanto a conduta ética, a lista das palavras que nomeiam as coisas ou sentimentos ou realidades é grande,  e a própria palavra palavra devia ter sido e foi o primeiro dos exemplos dada sua relevância para lógica.
A beleza seria mais um exemplo no paragrafo anterior não fosse a intenção de usá-la aqui para botar a Morena na conversa. Já sabe que se diz  morena de três tipos diferentes de mulher, -e se reluta, meu caro, é porque te falta a sorte da experiência-, só fala que um é três em mais um caso e talvez isto seja signo da Beatitude talvez a teoria precise do Bem, dos transcendentais, talvez só sirva em caso de amor platônico, mas então ela será a própria felicidade, causa de loucura tão intensa que parece LSD numa praia deserta.
Percebe como o feminino serviu aqui para ir do mais viceral dos sentimentos até o que é o mais inteligível possível?
eis a dificudade do tema.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Diálogos platônicos II

- Oi...
- Oi, como você tá?
- Tudo bem, o curioso é que tava pensando em vc! sr...
- Sério?! Duvido! Em que tava pensando?
- Ahh, não era nada de especial, só tava pensando, !? sr...
- Nem vem que não tem, sei que gosta de imagens e a lembrança é assim... Vai, fala do que você lembrou?
- Quando a gente se vê no mesmo lugar, mesmo que tempos depois, acho que é normal velhas paixões, amizades sinceras e café sem açúcar voltarem à boca...

doces sorrisos e abraços cheirosos aconteceram... e era como se os anos não tivessem passado e ambos estivessem naquele velho pátio, agora, os olhares alheios não preocupavam, não se sorrisse assim, como quem aprontou alguma, se o olhar for o mesmo é porque ela é a mesma... a pessoa não muda, não importa o que aconteça, já diria minha mãe...

-
É, isso é verdade. Sabe, a nostalgia as vezes me toma e é como se fosse criança e as regras não existissem... Talvez, se por um instante pudesse voltar, saber o que sei hoje, saber que amor a distância também é Amor... saber, ter a ciência exata do que só pode ser impreciso... ah...
- Não! Se não sabia, agora sabe, se não sei voltar no tempo sei que o futuro ainda não existe e que te quero, sempre quis... e se já não importa nenhuma convenção, então...?!
- Pra você sempre foi fácil...
- Pra que arranjar mais problema além daqueles que o amor já traz em si? Se pra mim sempre foi fácil, pra você foi difícil demais... Claro que também tenho saudade daquele tempo, do seu jeito de criança, do seu arrepio ao vento frio das noites de Julho...
- Viu como ainda tem as imagens na memória? sr...

sábado, 24 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Teatro das ilusões

...ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

(Meditações, Descartes)

Mesmo que o uso da dúvida seja mais próprio ao objetivo cartesiano que era o de construir uma ciência segura, citar o trecho é suficiente, já que o que se pretende aqui é algo mais risível que o pretendido por Descartes; só peço que duvide, como ele faz, caso alguma vez tenham te enganado:

Alonso largou em 15º, Nelsinho em 16º. Numa corrida de rua, Fernando optou por uma primeira perna curta. Piquet, optou por encher o tanque. Logo após o pit stop do espanhol, o brasileiro bate. Entra o safety car, tudo se embaralha. O bicampeão pula para a ponta, de onde não sai mais. Venceu o primeiro GP noturno da história da Fórmula 1. Que agora pode ficar marcado pelo golpe da manipulação, caso as investigações levantem dados suficientes para levar a Renault ao Conselho Mundial e ser reconhecida como culpada.
http://blogf-1.blogspot.com/2009/08/batida-de-piquet-em-cingapura.html

Qualquer fonte serve para o que se pretende, a dúvida não precisa ser hiperbólica, não precisa duvidar do corpo, do chambre, nem dos sentidos, basta que admita: não é bom se fiar em quem já te enganou uma vez.

sábado, 17 de outubro de 2009

Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar...

A metáfora mais bonita da filosofia diz respeito ao movimento, mais precisamente, ao Primeiro Motor Imóvel, sem o qual não existiria movimento algum e responde como move o Primeiro Motor: como o amado que move o amante sem nada fazer.
É completamente diferente da Idéia de Amor platônico, além de ser mais interessante, do ponto de vista dos amantes que não dependem mais de uma união ideal, como se existisse alguma assim.
Qualquer maneira de amor vale a pena...

sábado, 3 de outubro de 2009

Diálogo Socrático

- Você viu, ontem passou Casamento à indiana?
-
Não.
- Bom, nós basta a conversa, certo?
- Sempre.
- Então, do filme é suficiente saber o título porque ele nós serve de tema para responder o problema de que falamos dia desses: Os graus de afastamento da Verdade, lembra?
- Lembro sim.
- O filme mostra, entre outras coisas, o bendito casamento... mas repare que, diferente da novela, no filme todos são indianos.
- Certo.
- Percebe que a novela e o filme estão distantes da Verdade, que no caso seria um casamento indiano de fato.
- Percebo!
- E mais, a novela e o filme estão em graus diferentes, porque mesmo que sejam todos atores, na novela todos são brasileiros.
-Sim. Se entendi, até aqui são três graus de Verdade: o casamento de fato, o filme num segundo grau e depois a novela. Como no livro do Saramago, A Caverna?!
- Quase, enquanto falava dos filmes sim, tem razão, mas a metáfora da Caverna é com o Demiurgo que é o responsável, para Platão, por dar forma ao mundo material e a personagem do livro é um obreiro, que é aquele que faz objetos de barro.
- Então, o obreiro conhece a Verdade?
- Melhor que outros, com certeza. Perceba que ele faz os objetos, diferente daqueles que falam sobre ou descrevem o objeto. Quem faz o objeto precisa saber como é o objeto de fato, certo?
- Perfeito!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sem começo nem fim

A etimologia, suposta ciência, analisa o etimo, a origem das palavras e nos dá, por isso mesmo, seu significado. É similar ao trabalho de procurar a palavra no dicionário e quanto a isso não apresenta dificuldade alguma.
Assim, paradoxal, significa: idéias que caminham em paralalo, (para - paralelo, doxia - idéia em grego); tautológico é a tabela de verdade que é verdadeira do começo ao fim; Metafísica é o que está além(meta) da física ou do físico, se preferir; e eterno é o que não tem começo nem fim, como Deus que existe antes do tempo e para além dele, ou o amor platônico que existe desde sempre e sempre existirá.
Alguns acreditavam que esse saber, talvez fosse melhor usar, saber, no lugar de ciência era suficiente, ou seja, saber o que as palavras significavam era o suficiente, mas como sabemos agora, saber o que significam as palavras não te dará tudo, ou pelo menos camufla outros significados possíveis e que são seus ou meus, ou de cada um, como você disse; e isso se apresenta como verdade, posto que, quando digo Morena, posso dizer isso de três pessoas ao mesmo tempo, como já disse tempos atrás, e pra saber do que falo, precisa da experiência ou ver o que vejo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tautológico

Todo guarulhense é um bravo, porque aqui não tem Sesc, mesmo assim a gente se diverte.
Porque a Cidade é logo ali, tão ali que a gente vai a pé... mesmo que os pés doam.
Todo guarulhense é um bravo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Encontro diminuto

É só seguir no sentido contrário ao fluxo, descer uma escada, subir outra: um lance e verá a placa: camarim feminino e uma seta indicando o corredor que se estende, grande e um tanto silencioso para o momento de fim do espetáculo.
As bailarinas saem refeitas, cabelos amarrados, sorriso no rosto pelo bom papel de minutos antes, prova disso foram os aplausos de uma platéia que se foi. Os minutos passam e ela não sai. A banda se despede dos poucos que estão ali, um pessoal aguarda na escada, sem entrar no corredor, as vozes que saem desse, dão a impressão que a maioria já foi, mas ela ainda não passou.
Corredor adentro, os camarins tem dois nomes em cada porta e em alguns, a luz ainda estava acesa, vozes baixas confirmavam a presença das últimas bailarinas. As portas se sucessedem sem que encontre o nome, Marisa Bucoff, escrito, até que chega a última porta, a última, seria isso signo de alguma coisa? Ali, porta fechada, a conversa parece animada, até que a fã sai e pergunta se vou entrar. Entro, é pequeno, um espelho, uma pia junto a um balcão, uma cadeira e os figurinos que ainda não foram retirados formam o todo do interior, olho meio sem jeito para ela, a vergonha e o acaso da situação que minutos antes não imaginaria fazem as vezes do encontro, o Luciano me espera lá fora. Pois que espere.
E já que cheguei até ali, é de se esperar que diga alguma coisa à moça que se seca e sorri quando me vê:
- Semana passada foi lindo, vcs estavam lindos hj tbm!
- Ah, vc estava semana passada?
- Tava sim, mas hj, sei lá, estavam lindos e as coisas ficam mais lindas com vc!
- Ahh...
Um abraço e um beijo selam o encontro que jamais foi pensado...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Primeira aula de um curso de Estética

A experiência estética se resume ao próprio espetáculo, seja ele um filme, show, teatro, dança... Na primeira vez que você assiste, o que te interessa é o que? acontece. As demais vezes pergunta como? o que acontece, acontece.

sábado, 5 de setembro de 2009

Princípio de economia

Pra variar, foi Aristóteles quem criou o princípio, título deste. Em linhas gerais, significa: aceitar a tese mais simples de explicação dos fenomenos estudados. Em outras versões, ficou conhecido como a navalha de Ockham, mais um do séc. XIV ou, mais recente, Por que com mais, se com menos, tese que se encontra em uma letra de música não lançada, mas que faz jus a própria tese, pela sua simplicidade poética.
Perceba que, quando chegamos a esta última forma, estamos distantes da tese original do Estagirita e que ela só faz sentido, hoje, porque é capaz de encontrar outros significados além dos que eram pretendidos pela sua forma original: formular esta pergunta diante de um capitalismo feroz parece, no mínimo, recomendável.
Ao repetir essa pergunta, tendo consciência ou não da tese, o sujeito chega a uma conclusão evidente: por que vou escrever todas as letras da palavra, se me bastam algumas: pq, d, vc...
É evidente pq não tem como escapar das formas mais simples, vc, pq... qdo não se é obrigado a respeitar a gramática, não obstante respondam as perguntas feitas pela lógica quanto ao significado que as letras ganham. Não adianta vc ficar bravo, oh gramático de plantão, não tem pq com mais, se com menos, eu escrevo vc, e você sabe, precisamente, a quem me refiro: a você, como é evidente.
Ponto pra Lógica.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Daniella, pedagoga.

Certo! concedo: a criança, quando nasce, traz algo impresso no que iremos chamar, por convenção, de Alma. No entanto, cada um tem a sua, então, será melhor chamar estas de marcas da Natureza humana, já que não admitimos isso como verdade parcial, mesmo porque não explico o que é, alma, tão pouco o que é, Natureza humana. Partimos disso, como um ponto em comum, fácil de se provar... Mas peço que admita: a seguir, quando ela abre os olhos e você mostra um objeto e diz: Bola, diz, então, um Nome e isso, minha querida, é prova suficiente que a criança tem bem pouco de seu impresso na Alma; mais, que ela aprende; e mais ainda, que é você quem ensina. Ahh, falamos então de um sujeito que tem algo impresso na alma, que aprende desde que abre os olhos. São todos pontos importantes.
Isso posto, podemos continuar...

sedução

A beleza da flor é só pra convencer o mosquito

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Conversa de msn

- É Nega, é o fim dos tempos...
- Você acha?
- Tenho certeza! Os sinais são muitos...
- Por exemplo?
- Veja o Twitter, são aforismos como se fossemos pré-socráticos... Ademais, tem a wikipédia, você sabe, tá escrito na Bíblia, tá virando outra Babel e depois teve a biblioteca de Alexandria.
- Queimaram, mas não acabou, se todos os livros que estão ai dentro falam coisas diferente do que diz o Alcorão eles são mentirosos e merecem ser destruídos, se falam o mesmo, são desnecessários... Mas desde quando se vale da bíblia pra qualquer coisa?
- É Nega, tá vendo como tá chegando ao fim...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Do que falava

Os termos próprios eram: apetite ilícito intelectivo sendo o império da vontade e apetite ilícito sensitivo, como o sujeito das paixões humanas.
Sei que eram frades do séc. XIV, mas se vc não reparar nos detalhes a teoria funciona bem, ao menos, não se contradiz; mas não fala nada do Amor. Este tem como causa o Bem que é o conhecimento e a verdade.
Isso tudo faz sentido quando a gente lê, O nome da Rosa. Sem o mosteiro fica meio perdido...
E firmamento é o céu.
É isso aí.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Física

Foi pra falar do que se move que Aristóteles desenvolveu a Física.
Movimento era então a mudança. Esta ocorria entre dois extremos: a matéria prima, ou pura potência e o Ato puro. Ele não considera o movimento como faz Newton, e a gente, a partir de um referencial, era mais a atualização, o que pode ocorrer em tudo que tem Alma, que é o princípio interno de movimento, ou seja, pode se mover sozinho: uma semente tem a árvore inteira em potência, por exemplo; um cachorro tem alma, já que pode caminhar e se desenvolver sozinho.
Um planeta também tem alma, pelo mesmo motivo, mas aí falamos de algo que é diferente ao menos quanto a constituição, posto ser feito de éter, o que o torna perfeito, diferente dos corpos presentes aqui na Terra.
Nem precisamos chegar à beatitude para salvar as bruces., Aristóteles nos fez esse favor...
Nada de novo no reino da lógica.
Que dizer?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Anos

1961 de trás pra frente ainda é 1961.

Dúvidas

Visual:

-Azul combina com vermelho?
-Combina, combina sim... Fica um visual meio navy.
-Ah!?!


Existencial:

As filosofias orientais recomendam que se suprima o ego.
Então, como um bom ocidental, pergunto:
- Se suprimir o ego, ainda serei eu?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Bruce é Bruceshield, e Bruceshield não é nada.
Perdida na fugacidade da moda, que é o ente matemático que mais se repete em um conjunto, ela não pode ser conhecida, pois, é necessário a imutabilidade para que o conhecimento seja efetivo, e ela não atende a essa premissa.
Mas, se a Beleza, por si só, é um jeito de se alcançar a beatitude, que é a própria felicidade, enquanto estivermos aqui, neste plano, elas são o próprio caminho a ser seguido.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Curioso II

Antes da revolução copernicana, era a Terra que estava no centro do universo. Já ouviram falar da geocentricidade, pois era assim mesmo que os antigos explicavam o céu, e colocavam a esfera da Lua e do Sol girando em torno da Terra, envolvidos pelas estrelas fixas, as quais, dada sua natureza eram perfeitas e não mudavam nunca, eram até feitas de outro elemento, o éter. Não era por burrice que eles faziam isso: olhe, agora, e verá o Sol subindo e se pondo, e depois dele vem a Lua, descrevendo, mais ou menos, o mesmo movimento. Uma conclusão evidente, então, são eles quem se movem.
Mas o tempo passou e os homens colocaram tudo no seu devido lugar: o Sol no centro do sistema solar, a Lua girando em torno da Terra e o homem no centro de tudo.
Cada estrela que vemos no céu é como se fosse o nosso Sol, que nada mais é do que uma estrela. Em torno de cada estrela pode haver um sistema como o nosso, mas o mesmo homem insiste em dizer que estamos sozinhos aqui...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Idéias

Ninguém questiona, hoje, que cada um tenha suas próprias idéias, mas nem sempre foi assim. O termo Idéia surgiu com Platão para nomear as entidades separadas da matéria, que terminavam por receber o nome da respequitiva Idéia. Assim, cavalo era cavalo porque participava da Idéia de cavalo, o mesmo ocorre com mesa, faca e também com as coisas que não são propriamente materiais, como belo, coragem, bravura, etc...
O que a gente dá de barato e que de barato não tem nada é a invensão do sujeito, coisa da modernidade, e que fica clara quando a gente lê, e entende perfeitamente, no texto de Descartes: Penso, logo existo.
Sei que o salto é grande, deixo de lado Aristóteles e toda sua crítica à teoria platônica das Idéias, a idade média e a compatibilização feita por eles entre Platão, Aristóteles e o Deus cristão, mas 2500 anos de história não cabem num post.

Pra começar

Ao vê-la, me lembrei de Dora. Como se fosse possível personificar a personagem, mesmo que as gargalhadas sejam as mesmas...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Cena

Lembro como se fosse hoje: os meninos mais altos te levantando pra você enterrar na tabela da quadra do colégio; os cabelos encaracolados, claros e longos, nos ombros, alguns gostam de usá-los assim, nessa idade.
E as gargalhdas eram fartas...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Noções de História

Há aqueles que consideram a História segundo uma suposta "linha", na qual os fatos se sucedem linearmente, como é evidente. Para estes ocorre, sempre, uma evolução e, por consequência, os últimos tempos são os melhores, pois acumulam, e resultam, de todos os anteriores. Então, por simples acumulação, vivemos no melhor dos tempos.
Outros, por sua vez, entendem que a História acontece em "ciclos", sendo assim, existem períodos de apogeu e de declínio. Para estes, entre outras coisas, é preciso uma análise dos fatos para determinar se o momento histórico é bom ou não; poderiam argumentar, então, que Paris no século XIV foi o apogeu dos tempos modernos, termo que, aliás, significa, os do nosso tempo, e que depois disso, decaimos, ou caminhamos para outro lado do círculo, numa revolução eterna.
Haveria uma terceira que tenta articular as duas anteriores: teria, então, a forma de uma espiral. Assim, as revoluções apresentam uma certa repetição dos tempos anteriores considerada a evolução do passar do tempo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sobre a loucura.

Que botar pra fora faz bem, e os loucos sabemos disso.
Que importa as cores que viu
é um colorido único, vale ser lembrado.

Todos querem um Homem que já não existe.

Não estranhe que tenha entendido o movimento Celeste
melhor que agora que está melhor.

O Coração escapa a simetria do corpo, não é um acaso
vale seguir suas recomendações, a despeito das médicas.

loucos são os que não entendem
ou, como diria um Mestre:
"Ninguém sabe de nada,
eu sei..."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Curioso I

Que rebata seus próprios argumentos, quando eles são expressos pelas minhas palavras.
Que rejeite a minha crítica, sem atacar os meus argumentos.
Que me considere menor, sem ouvir o que estou dizendo.

é nois

A forma, é nois, que aparece como um erro se levamos em conta a gramática, traz algo mais, se rejeitada a convenção.
O verbo na terceira pessoa do singular, mais a segunda pessoa do plural, mesmo que esta traga o registro próprio da oralidade, aparece como a forma precisa de dizer que, eu e você somos um só diante das mais diversas situações.
Será a forma mais precisa quando a intenção for expressar essa comunhão de pensamentos, atitudes, vontades...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nem um, nem outro

Se já discutiram tanto, e por tanto tempo, pra saber se é o Estagirita, ou Platão, quem está certo, não esperem de mim uma resposta final sobre o assunto. Essa celeuma começou quando os dois ainda eram vivos e Aristóteles saiu do Liceu platônico para fundar sua Academia, por não concordar com o que seu professor ensinou, (detalhe: ele ficou 20 anos estudando antes de sair...)
Desde então, passamos por diferentes momentos: ora era Aristóteles, ora Platão, quem dominava a cena. Ambos tiveram seus momentos de glória e de esquecimento: na baixa idade média, por exemplo, era Platão quem dizia como funcionavam as coisas; logo depois, séc. XII, os academicos da Igreja, começaram a receber as traduções dos textos aristotélicos, via Árabes, e então escreviam Filósofo, assim, com letra maiúscula, tamanho o domínio que Aristóteles exercia naquele tempo.
A noção de Ciência que nós empregamos, mesmo que hoje seja completamente diferente; a forma dissertativa que importa até no vestibular; a Lógica, isso tudo, e algo mais, é aristotélico. Porém, quem estuda as formas de aprendizado infantil, e aqui, penso em, Piaget, acredita que a criança já tem algo de pronto, desde que nasce, o que é, evidentemente, platônico.
E não é que eles estão certos!
Explico: ao que parece, a criança precisa saber alguma coisa para "se virar" quando chega nesse nosso plano, mas a experiência me dá um exemplo com o qual reafirmo minha escolha: sem experimentar, não dá pra formular um juízo: Um amigo, vinte e tantos anos, montou seu primeiro computador. Estava ali para ajudá-lo no que fosse possível, uma vez que tecnologias não são meu forte. Quando ele lança a pergunta, de absoluta pertinência para quem nunca havia experimentado o fato: Quando esse barulhinho chato pára?
Bem vindo ao novo mundo!
Era o realmente incomodo barulho do cooler...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ode ao Pai

Dega, sei que sou criança perto de ti... Me ensinou tudo que sei da vida, dos prazeres de enrolar, sobre a Selic, e sobre mais um tanto de coisas que nem vale a pena enumerar aqui, só servirão para elogiá-lo. As obrigações nos afastam, mas ainda vou ao seu lado, sempre...

Diferenças

Mesmo aqueles que não acreditam na existência da alma, vão aceitar a existência do intelecto, como sendo aquilo que comanda o corpo. Cabe reconhecer as diferenças existentes entre eles, entre a mente e o corpo: que o corpo depende da mente para agir, é certo, mas a mente não precisa do corpo pra nada e os sonhos são o exemplo disso. Não digo que sem o corpo, a mente continue a existir, é certo que quando falo da mente, falo da mente deste corpo, mas sem necessitar do que é próprio ao corpo: comer, beber, mover...
Para uns, ela sempre existiu, precede o aqui e agora, esses a chamam de alma. Há aqueles que entendem que a mente existe para coordenar o corpo, não é necessário que ela exista nem antes nem depois do próprio corpo.
2500 anos depois, ainda parece que discutímos se somos aristotélicos ou platônicos...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Genial!

Os passos apressados revelavam a pontualidade e organização de uma bibliotecária que, diante da pergunta do curioso, pergunta necessária para melhor conhecer o caráter, e o que anos de profissão conferem à pessoa, seja ela, então, a mais simples de todas, será também a mais reveladora: qual tipo de livro preferido? respondeu imediatamente e sem pestanejar: - Os clássicos.
sr.

sobre a cópia

A primeira forma de arte é a cópia. A tentativa de reprodução é sempre enganadora, como se falou em outro lugar, basta aceitar, já que os exemplos se sucedem para comprovar: novelas são úteis para provar isso, pelo desacordo entre a realidade e o retrato da realidade que é apresentado por ela. Mesmo assim, espetáculos de música, principalmente, são agradáveis, quando propõem este formato; bandas que dão os primeros passos fazem isso para evoluir, ou optam por seguir fazendo o mesmo, se especializando, imitando cortes de cabelo, costeletas, e afins...
Pra nossa sorte, os ventos do sul trazem o novo, e então, o espetáculo é certo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Diálogos platônicos

- Não precisava fazer assim, eu faria tudo que me pedisse, sempre fiz, você sabe...
- séria, Não vai adiantar, agora, vc me dizer isso assim, com essa calma, como se nada tivesse acontecido. Como se minhas atitudes fossem perdoáveis. Não quero seu perdão, não quero mais nada.
-Mas eu sim, quero que as coisas sejam como...
- interrompendo ferozmente, Suas carícias, seus agrados, não mudarão o que fiz, nem o que o que ainda quero fazer.
- surpreso, Como assim?
-sarcástica, Que foi? Não achou que ia parar por aqui, né? Escuta o que te digo: Eu mudei! Quero ser outra, vc não me basta mais. Seus sonhos não me servem mais.
- alterando a fisionomia, Quer dizer que os sonhos eram meus? Quer dizer que a casa branca, as crianças... foram desejos meus?
- num tom mais ameno, Sabe que não, mas...
- interrompendo, É, agora vejo o que está acontecendo...
- séria, Ahhh, não me venha com suas interpretações, seus achismos. Não me interessa a teoria que me apresentará, agora.
- calmo, Não faça pouco dos meus pensamentos, ou esquece que foi por eles que se apaixonou?
- É, esse foi meu erro.
- Erro? Não querida, é isso que acontece quando nos deparamos com a verdade. Foi ela quem te convenceu, sabe que não encontrará outro, assim, como eu...
- E quem disse que é isso que eu procuro?
- Me lembro, agora, de uma música: Quando olhastes bem, nos olhos meus, e o teu olhar era de adeus... E os seus não me parecem assim...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O Tempo

De fato, eles não consideram as Formas como matéria das coisas sensíveis nem o Um como matéria das Formas; tampouco consideram as Formas como princípio de movimento (elas são, segudo eles, causa de imobilidade e repouso), Metafísica, A.

Falar sobre o tempo pede recurso à uma fugacidade de instantes, exemplos, o que torna a tarefa difícil, bem como quanto pretende-se falar do movimento. Peço, então, auxílio aos academicos. Para Aristóteles esse "existir" não é mais que um "melhorar", posto ser a atualizaçao da matéria em direção forma, ou se preferirem, da potência ao ato; e tudo se diluirá no Ser, ele sim, ato puro, primeiro motor imóvel, aquele que está fora do próprio tempo e vê tudo passar, e que, como o amante, move sem nada fazer.
Pede a distinção lógica, uma vez que falamos do tempo significando as condições climáticas; outras vezes, como aqui, ele significa o passar do dia; o "time is money" pede pra esquecer seu próprio passar, mergulhados nos fazeres da rotina, para pensar em dinheiro e em como nos falta tempo pra ganhar mais. O próprio ideal de beleza encontra, aqui, um desafio: a mágica que torna as mulheres mais velhas, mais novas do que quando eram jovens; tenta assim, disfarçar a passagem do Tempo, como o exemplo de Dorian Gray, mesmo que o pacto seja menos macabro. Diferente da citação, onde as coisas têm princípio, e dai um fim, nosso tempo é o da novidade, do que está por vir, nunca do agora. Então, a fugacidade do instante, do prazer fazer sentido.
Saber que poucas coisas escapam dessa engrenagem pós-moderna, (mesmo que moderno signifique, os que são do nosso tempo, o que torna desnecessário o pós), tornará o viver mais significativo quando encontrarmos algo assim, e se me pedem exemplos: a Arte e o Amor, acho que estes são os melhores, mesmo que as maiúsculas peçam explicações.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

II.

Era pequeno, como o lugar onde estava. Azulejos quebrados eram sinais dos tempos tempestuosos que ainda não haviam passado por completo, por mais que fosse a vez do silêncio e da arrumação. Devia ter escapado pelo tamanho, ínfimo, ou foi obra do acaso, fosse qual fosse o motivo pelo qual permanecia ali, deixaria saudades, se tivesse partido com a discussão, com a quebradeira, mas nada que perdurasse além do ano novo. Coisas de orixás.
Esse nada, chamava a atenção pelo fato de ser inútil. Não era possível ver, com a precisão que se espera, a cor dos olhos, ou mesmo, as imperfeições da pele. E se perguntava por que não dava, ele mesmo, um fim naquilo tudo? Se os tempos fossem outros, se a avó ainda estivesse por ali para recriminar-lhe os atos violentos, vá lá, mas sentia que não podia, e mesmo que fosse pra ver pouca coisa, olhava, mais atento do que nunca, e via ainda a mancha, a mesma, de anos. Lembrava dela pequena, mas a cada vez que voltava os olhos para ele, o que não fazia com freqüência, a marca aumentava, como quem diz: Não está me vendo aqui?
Cansado do descaso, resolveu por um fim nas dúvidas e passou a olhar diretamente, pela última vez, para a herança da família. Herança? Aquilo era tudo, menos coisa pra guardar pra posteridade, pras futuras gerações... Olhou, e viu seu rosto, como nunca antes, com toda a sua velhice prematura; a prata havia descolado, ou era o seu rosto que havia impregnado a feiura? Não tinha razão para continuar com aquilo, estava decidido. Quando o pegou da parade, e segurou relembrando as peripécias de menino; quando o trouxe na altura dos olhos, ele se partiu, parecia que havia sido atirado ao chão. Quebrado em milhares de pedaços, era possível escutar o seu desdém, no barulho do estilhaço, como quem diz: Acabou, e pra você, deixo os cacos...
Só restou a vergonha

parênteses

E os uruguaios conseguem dançar sem ritmo, movimentos sincopados, números e máquinas, robos. A platéia, quieta como que querendo entender o silêncio do palco, da mãe que põe a mesa pra cinco, e do começo ao fim, o teatro é só dela.
Os espectadores deixaram o teatro antes do fim, saída discreta pela pela porta dos fundos. Ficamos na primeira fila a espera do instânte perfeito...
Existem coisas que só precisam da ocasião pra serem boas. Essas sempre valem a noite, e, então, o Belo.



o telefone tocou quando começava Got be real. Assim como a chuva, as borboletas, as boas músicas trazem um novo significado pro dia, pro todo.
Era Ela; não sabia bem o que fazer, aquele frio que sobe por dentro, as lembranças; é curioso como a vida passa rápido no quando do perigo. Mentira, não era perigo, era o amor que trazia as lembranças, tudo, ao mesmo tempo: a loucura, a paixão, as desculpas, que nunca são capazes de tirar a culpa, as marcas...
Não queria atender... ou queria? E, então, escutaria a voz rouca, suave; a delicadeza das mãos, dos pés, as unhas à francesa, a cintura, era a vida, o porquê, e quando não, nas ausencias do dia, era a foto que levava na carteira, duas pro caso de perder.
Já não pensava mais. Seria tudo novo de novo, a casa, os filhos, o resto da vida, pra sempre. Lógico que as coisas dariam certo; nunca mais discussões; perfeito...
Então, estava tudo certo,
menos a curva cega na pista molhada.
Ainda podiam escutar o telefone.

domingo, 16 de novembro de 2008

I.

Cética, ela negava que tudo é palavra, mesmo que usasse as de todos os tipos pra discordar. E a raiva lhe trazia um não sei que aos lábios que os deixavam vermelhos carne, abertos, úmidos e vibrantes. Procurava com os olhos saídas possíveis, mas nunca sem a palavra final, nunca.
Bela, ainda menina, no mínimo, nos jeitos. A flor de croché nos cabelos conferia o ar da mais pura das mulheres, daquelas que deixa a Razão falando sozinha, sem audiência, a qual se volta toda para ela quando entra na sala.
O vestido, sempre o vestido, nem curto, nem longo, mostrava as pernas e pedia o resto à imaginação.
Era dia de festa na rua, pessoas conhecidas, pessoas novas, de repende, era o seu sorriso que foi seguido da pergunta despretenciosa: Você se parece com alguém?!
Só sobraram as costas pra ouvir a resposta.

da rua Vergueiro

Tutaméia é tuta-e-meia, meia coisa, de tão pequena que é; significa isso, coisa risível, que sem mais porquê se acaba, porque não tinha nem porquê começar. Na origem está o plágio, o roubo discarado dos nomes geniais que me faltam. Cito a fonte esperando que a envergadura do nome me salve da condenação por prática tão comum em tempos de controle c, controle v, e de esperanças quebradas pela bolsa: foi Rosa quem me soprou esta.
Fica também acertado entre nós, que nada está acertado antes de existir, de estar posto no post, devidamente configurado e imagéticamente visualizado, à imagem das páginas de um livro de páginas amarelas, que fechamos quando a porta do trem se abre e é hora de entrar... ou de sair. Serve então de prólogo, proêmio, prefácio, pois são aquelas reservadas às explicações, e que preparam os leitores para o que virá.
Essas histórias de homens e mulheres, as quais, provavelmente, só farão sentido quando lidas no ponto certo da varanda, são as mesmas que acontecem no ir e vir de todo da dia útil, que acostuma os olhos à beleza da cidade cinza, que por suas formas facilita o enquadramento num filme futuro, mesmo que já não hajam mais tantas varandas para serem filmadas...

sábado, 15 de novembro de 2008

Um certo Homem

A visão do Belo causa, em todos nós, a multiplicidade de sentimentos próprios aos amantes. Por isso, nunca é com um olhar desinteressado que o espectador contempla o espetáculo. Porém, por vezes, acontece algo que diz respeito tão somente aos artistas que o apresentam e que estarão sujeitos à crítica do esteta, (a bem da verdade é que ele diz respeito aos espectadores, mas o ingresso já foi pago, então, é tarde para arrependimentos): a falta do, Homem de Gênio! Ele é aquele que, seja em qual arte for, (teatro, música, dança...), faz a diferença, exatamente por não ficar restrito ao universo do comum.
Darei um exemplo, para que se torne mais claro o que digo: O espetáculo "Bossa Nova", da companhia de dança, Ballet Estagium, por não contar com nenhum daqueles poucos Homens, torna uma apresentação que tem a trilha sonora "perfeita", em uma repetição infindável do mesmo gestual de mãos, o que mostra a limitação do coreógrafo que, no caso deste tipo espetáculo deveria ser o Homem de que falei antes, e sem o qual não será possível sair do comum. Não peço saltos, manobras, ou coisas mágicas, o Homem de Gênio é exatamente aquele que responde a pergunta: por que com mais, se com menos? então, não será o uso de efeitos especiais que trará a mágica ao espetáculo.

Sobre o Nome

O jeito mais fácil pra falar de assunto tão delicado é utilizar a pergunta: Se o nome não tem importância, se qualquer apelido se constitui, por força do humor, mais significativo que o nome original, por que eles se dão ao trabalho de mudar o nome de, por exemplo, uma estação, (Bresser, para Bresser-Móoca)? Parece que o nome aponta para algo maior. Esse nominalismo tem fundamento, no mínimo, para os estudiosos da cabala...

Sobre a Morena.

Existem três tipos de mulheres que podem ser chamadas, morenas: 1- a clássica, aquela que tem a pele morena, a justa medida entre o branco e o negro, como é evidente, cujos cabelos podem ser de qualquer tipo, liso ou enrolado, uma vez que a pele é suficiente por todo o resto. 2- a branca que tem os cabelos negros também é chamada, morena. Por mais que no carnaval ela não seja, propriamente, a mais aclamada, ela também recebe, e merece o título, tenha o cabelo do tipo que tiver, mesmo que o mais comum seja o liso, tenha sardas ou não. 3- o terceiro tipo de morena parece hoje uma personagem mítica, é a morena rosa. Preciso buscar na memória sua imagem, o tom da sua pele, sem que tenha certeza, porque fazem muitos anos que não encontro nenhuma desse tipo. Não sei se é a maquiagem, o protetor solar, ou sei lá eu o que mais que as mulheres fazem para deixar de ser o que verdadeiramente são, o fato é que talvez ela só seja encontrada nos clássico da MPB. Seus cabelos são tudo, menos lisos.